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31 dezembro, 2015

SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS - Dia Mundial da Paz

Neste dia, a liturgia nos coloca diante de diversas evocações, ainda que todas importantes.
Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade da Mãe de Deus: somos convidados a olhar a figura de Maria, aquela que, com o seu sim ao projeto de Deus, nos ofereceu a figura de Jesus, o nosso libertador. Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz. Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nunca nos deixa, mas que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude. As leituras de hoje exploram, portanto, diversas coordenadas. Elas têm a ver com esta multiplicidade de evocações.  Na primeira leitura, sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada, como bênção que nos proporciona a vida em plenitude.  Na segunda leitura, a liturgia evoca outra vez o amor de Deus, que enviou o seu “Filho” ao nosso encontro, a fim de nos libertar da escravidão da Lei e nos tornar seus “filhos”. É nessa situação privilegiada de “filhos” livres e amados que podemos nos dirigir a Deus e chamar-Lhe “papá”.  O Evangelho mostra como a chegada do projeto libertador de Deus (que veio ao nosso encontro em Jesus) provoca alegria e contentamento por parte daqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os fracos. Convida-nos, também, a louvar a Deus pelo seu cuidado e amor e a testemunhar a libertação de Deus aos homens.  Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível ao projeto de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projeto divino de salvação para o mundo.
Reflexão:
O texto do Evangelho de hoje é a continuação daquele que foi lido na noite de Natal: após o anúncio do “anjo do Senhor” (noite de Natal), os pastores dirigem-se a Belém e encontram o menino. Mais uma vez, Lucas não está interessado em fazer a reportagem do nascimento de Jesus e das “visitas” que, então, o menino de Belém recebeu, mas antes em apresentar Jesus como o libertador, que veio ao mundo com uma mensagem de salvação para todos os homens – e, especialmente, para os pobres e marginalizados, aqui representados pela classe dos pastores.
Os pastores – classe marginalizada de “pecadores”, afastados da salvação de Deus – são os primeiros a quem se revela a boa notícia do nascimento de Jesus. Todo o texto gira à volta da apresentação de Jesus como o Messias libertador, o autêntico libertador dos fracos e dos pobres. Em primeiro lugar, repare como os pastores se dirigem “apressadamente” ao encontro do menino. A palavra “apressadamente” sublinha a ânsia com que os pobres e fracos esperam a ação de Deus em seu favor. Aqueles que vivem numa situação intolerável de sofrimento e de opressão reconhecem que, com Jesus, chegou o momento da libertação e se apressam a ir ao seu encontro.  Em segundo lugar, repare na forma como os pastores reagem ao encontro com Jesus: glorificam e louvam a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido: é a alegria pela libertação que se converte em ação de graças ao Deus libertador. Também se tornam porta-vozes desse anúncio libertador, provocando a admiração de quantos tomavam contato com o seu testemunho.
Finalmente, atentemos na atitude de Maria: ela “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração”. É a atitude de quem é capaz de abismar-se com as ações do Deus libertador, com o amor que Ele manifesta nos seus gestos em favor dos homens. “Observar”, “conservar” e “meditar” significa ter a sensibilidade para entender os sinais de Deus e ter a sabedoria da fé para saber lê-los à luz do plano de Deus. É precisamente isso que faziam os profetas.  A atitude meditativa de Maria, que interioriza e aprofunda os acontecimentos, complementa a atitude “missionária” dos pastores, que proclamam a ação salvadora de Deus manifestada no nascimento de Jesus.
¨ Mais uma vez fica claro, no texto, o projeto que Deus tem para a humanidade, em Jesus: apresentar-nos uma proposta libertadora, que nos leve a superar a nossa fragilidade e debilidade e a encontrar a vida plena. Temos consciência de que a verdadeira libertação está na proposta que Deus nos apresentou em Jesus e não nas ideologias, ou no poder do dinheiro, ou no brilho da nossa posição social? Quando anunciamos Jesus aos nossos irmãos, é esta a proposta que nós apresentamos – sobretudo aos mais pobres e marginalizados?
¨ Diante da boa nova da libertação, reagimos – como os pastores – com o louvor e a ação de graças? Sabemos ser gratos ao nosso Deus pelo seu empenho em nos libertar da nossa debilidade e escravidão?
¨ Os pastores, depois de terem tomado contato com o projeto libertador de Deus, fizeram-se testemunhas desse projeto. Sentimos, também, o imperativo do “testemunho” dessa libertação que experimentamos?
¨ Maria “conservava todas estas palavras e meditava-as no seu coração”. Quer dizer: ela era capaz de perceber os sinais do Deus libertador no acontecer da vida. Temos, como ela, a sensibilidade de estar atentos à vida e de perceber a presença – discreta, mas significativa, atuante e transformadora – de Deus, nos acontecimentos banais do nosso dia a dia?
Fonte:
www.dehonianos.org

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