15-outubro- 28º Domingo do Tempo Comum -Mt 22,1-14
A liturgia utiliza
a imagem do “banquete” para descrever esse mundo de felicidade, de amor e de
alegria sem fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos. Na primeira leitura, Isaías anuncia o
“banquete” que um dia Deus, na sua própria casa, vai oferecer a todos os Povos.
Acolher o convite de Deus e participar nesse “banquete” é aceitar viver em
comunhão com Deus. Dessa comunhão resultará, para o homem, a felicidade total,
a vida em abundância.
O Evangelho sugere que é preciso “agarrar” o convite de Deus. Os interesses e
as conquistas deste mundo não podem nos distrair dos desafios de Deus. A opção que fizemos no
dia do nosso batismo não é “conversa fiada”; mas é um compromisso sério, que
deve ser vivido de forma coerente. Na
segunda leitura, Paulo nos apresenta um exemplo concreto de uma comunidade que
aceitou o convite do Senhor e vive na dinâmica do Reino: a comunidade cristã de
Filipos. É uma comunidade generosa e solidária, verdadeiramente empenhada na
vivência do amor e em testemunhar o
Evangelho diante de todos os homens. A comunidade de Filipos constitui, verdadeiramente, um exemplo que as
comunidades do Reino devem ter presente.
Reflexão:
• No texto, a questão decisiva não é se Deus convida ou
se não convida; mas é se “se aceita ou se não se aceita” o convite de Deus para
o “banquete” do Reino. Os convidados que não aceitaram o convite representam
aqueles que estão muito preocupados em
dirigir uma empresa de sucesso, ou a escalar a vida com as mãos, ou a
conquistar os seus cinco minutos de fama, ou a impor aos outros os seus
próprios esquemas e projetos, ou a explorar o bem estar que o dinheiro lhes
conquistou e não têm tempo para os desafios de Deus. Vivemos obcecados com o
imediato, o politicamente correto, o palpável, o material, e prescindimos dos
valores eternos, duradouros, exigentes, que exigem a doação da própria vida. A
questão é: onde é que está a verdadeira felicidade? Nos valores do Reino, ou
nesses valores efêmeros que nos absorvem e nos dominam?
• Os convidados que não aceitaram o convite representam
também aqueles que estão instalados na sua auto-suficiência, nas suas certezas,
seguranças e preconceitos e não têm o coração aberto e disponível para as
propostas de Deus. Trata-se, muitas vezes, de pessoas sérias e boas, que se
empenham seriamente na comunidade cristã e que desempenham papéis fundamentais
na estruturação dos organismos paroquiais… Mas “nunca se enganam e raramente
têm dúvidas”; sabem tudo sobre Deus, já construíram um deus à medida dos seus
interesses, desejos e projetos e não se deixam questionar nem interpelar. Os
seus corações estão, também, fechados à novidade de Deus.
• Os convidados que aceitaram o convite representam todos
aqueles que, apesar dos seus limites e
do seu pecado, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele
faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes
ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na
salvação que Ele quer oferecer a cada homem e a cada mulher e estão dispostos a
acolher os desafios de Deus.
• A parábola do homem que não vestiu o traje apropriado nos
convida a considerar que a salvação não é uma conquista, feita de uma vez por
todas, mas um sim a Deus sempre renovado, e que implica um compromisso real,
sério e exigente com os valores de Deus. Implica uma opção coerente, contínua,
diária com a opção que eu fiz no Batismo… Não é um compromisso de “meias palavras”,
de tentativas falhadas, de “tanto faz como tanto fez”; mas é um compromisso
sério e coerente com essa vida nova que Jesus me apresentou.
Jesus compara Deus seu Pai a um rei que celebra as bodas
do seu filho: nada é mais belo para a festa, quando os convidados são
numerosos, mas eles rejeitam o convite, encontrando desculpas, algumas que vão
até a maltratar e a matar os que fazem o convite. O rei poderia resignar-se,
mas não: é preciso que a sala do banquete esteja cheia. Tal é a prodigalidade
de Deus: parece querer que todos recebam o convite, «os maus e os bons». Como
criticar a este rei e a este Deus? De se contentar em convidar com o risco de se
deparar com recusas? Deus convida sempre, espera uma resposta: «felizes os
convidados para a Ceia do Senhor».
Meditação para a semana…
Repetir um versículo do Salmo 22. Empenhar-se em repetir regularmente, nesta
semana, como uma «oração do coro» (repetindo-a frequentemente), esta oração de
confiança do Salmo 22: «A bondade e a graça hão-de me acompanhar em todos os dias da minha vida». Mostrar-se
feliz, e dar graças a Deus pela sua presença ao nosso lado, no quotidiano das
nossas vidas.
fonte:
www.dehonianos.org
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