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23 setembro, 2017

24-setembro-2017 -  25º Domingo do Tempo Comum
A liturgia nos  convida a descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens, quanto o céu está acima da terra. Sugere-nos, em consequência, a renúncia aos esquemas do mundo e a conversão aos esquemas de Deus.  A primeira leitura pede aos cristãos que voltem para Deus. “Voltar para Deus” é um movimento que exige uma transformação radical do homem, de forma a que os seus pensamentos e ações reflitam a lógica, as perspectivas e os valores de Deus.  O Evangelho nos diz que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, os créditos, as qualidades ou os comportamentos anteriormente assumidos. A  Deus interessa apenas a forma como se acolhe o seu convite. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma a que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade.  A segunda leitura nos apresenta o exemplo de um cristão (Paulo) que abraçou, de forma exemplar, a lógica de Deus. Renunciou aos interesses pessoais e aos esquemas de egoísmo e de comodismo, e colocou no centro da sua existência Cristo, os seus valores, o seu projeto.
Reflexão:
• Antes de mais nada, o nosso texto deixa claro que o Reino de Deus (esse mundo novo de salvação e de vida plena) é para todos sem exceção. Para Deus não há  marginalizados,  excluídos, indignos, desclassificados… Para Deus, há homens e mulheres – todos seus filhos, independentemente da cor da pele, da nacionalidade, da classe social – a quem Ele ama, a quem Ele quer oferecer a salvação e a quem Ele convida para trabalhar na sua vinha. A única coisa verdadeiramente decisiva é se os interpelados aceitam ou não trabalhar na vinha de Deus. Fazer parte da Igreja de Jesus é fazer uma experiência radical de comunhão universal.
• Todos têm lugar na Igreja de Jesus… Mas todos terão a mesma dignidade e importância? Jesus garante que sim. Não há trabalhadores mais importantes do que os outros, não há trabalhadores de primeira e de segunda classe. O que há  é homens e mulheres que aceitaram o convite do Senhor – tarde ou cedo, não interessa – e foram trabalhar para a sua vinha. Dentro desta lógica, que sentido é que fazem certas atitudes de quem se sente dono da comunidade porque “estou aqui ha mais tempo do que os outros”, ou porque “tenho contribuído para a comunidade mais do que os outros”? Na comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a cor da pele, a posição social, a posição hierárquica, não servem para fundamentar qualquer tipo de privilégios ou qualquer superioridade sobre os outros irmãos. Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.
• O  texto denuncia ainda essa concepção de Deus como um “negociante”, que contabiliza os créditos dos homens e lhes paga em consequência. Deus não faz negócio com os homens: Ele não precisa da mercadoria que temos para Lhe oferecer. O Deus que Jesus anuncia é o Pai que quer ver os seus filhos livres e felizes e que, por isso, derrama o seu amor, de forma gratuita e incondicional, sobre todos eles. Sendo assim que sentido fazem certas expressões da vivência religiosa que são autênticas negociatas com Deus (“se tu me fizeres isto, te prometo aquilo”; “se tu me deres isto, te pago com aquilo”)?
• Entender que Deus não é um negociante, mas um Pai cheio de amor pelos seus filhos, significa  também renunciar a uma lógica interesseira no nosso relacionamento com ele. O cristão não faz as coisas por interesse, ou de olhos fixos numa recompensa (o céu, a “sorte” na vida, a eliminação da doença, o adivinhar a chave da loteria), mas porque está convicto de que esse comportamento que Deus lhe propõe é o caminho para a verdadeira vida. Quem segue o caminho certo, é feliz, encontra a paz e a serenidade e colhe, logo aí, a sua recompensa.
• Com alguma frequência encontramos cristãos que não entendem porque é que Deus ama e aceita na sua família, em pé de igualdade com os filhos da primeira hora, esses que só tardiamente responderam ao apelo do Reino. Sentem-se injustiçados, incompreendidos, ciumentos, invejosos e condenam, mais ou menos veladamente, essa lógica de misericórdia que, à luz dos critérios humanos, lhes parece muito injusta. Na sua perspectiva, a fidelidade a Deus e aos seus mandamentos merece uma recompensa e esta deve ser tanto maior quanto maior  o tempo e a qualidade dos “serviços” prestados a Deus. Que sentido faz esta lógica à luz dos ensinamentos de Jesus?
ORAÇÃO
Nós Te louvamos, Deus nosso Pai, porque Te deixas encontrar por aqueles que Te procuram e tens piedade daqueles que vêm até Ti. Tu estás próximo de nós, és rico em perdão e misericórdia e os teus pensamentos são tão elevados acima dos nossos. Nós Te pedimos: que o teu Espírito nos guie, que Ele nos livre dos caminhos do mal, que Ele eleve e inspire os nossos pensamentos.
Senhor Jesus Cristo, nós Te bendizemos e com o apóstolo Paulo confessamos: a nossa vida, a nossa alegria e a nossa felicidade, és Tu. Nós Te pedimos por nós mesmos e por todas as nossas comunidades cristãs: preencha-nos com o teu Espírito, para que levemos uma vida digna do teu Evangelho e que a tua grandeza seja manifestada nas nossas vidas.
Deus da Aliança  antiga e nova, não cessas de chamar os homens para mudar de mentalidade. Hoje, Jesus nos recorda isso uma vez mais na parábola da última hora.  Abre os nossos olhos, as nossas mãos e os nossos corações, Senhor de infinita ternura. No respeito leal pela justiça dos homens, nos ensina, pelo teu Espírito, a dar provas de generosidade.
 Meditação para a semana. . . 
“Ide também vós para a minha Vinha!”
Pobreza na nossa Igreja. Falta de vocações… Assembleias dominicais “raquíticas”… Cada vez menos crianças na catequese… Críticas… Lamentações… Decepções…
“Ide também vós para a minha Vinha!”
Compreendemos bem que Jesus não faz seleção e que Se dirige a todos sem exceção.
Cabe a nós mesmos aceitar ser “contratados”.
Há trabalho para todos?
Vamos para a sua Vinha?
fonte:
www.dehonianos.org

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