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12 julho, 2014

13/julho/2014 - XV Domingo Comum
A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomar consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir em nossas vidas. A primeira leitura nos garante que a Palavra de Deus é verdadeiramente fecunda e criadora de vida. Ela nos dá esperança, nos indica os caminhos que devemos percorrer e nos dá o ânimo para intervirmos no mundo. É sempre eficaz e sempre produz efeito, embora não atue sempre de acordo com os nossos interesses e critérios.  O Evangelho nos propõe, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a forma como acolhemos a Palavra e nos exorta a ser uma “boa terra”, disponível para escutar as propostas de Jesus, para as acolher e para deixar que elas dêem abundantes frutos na nossa vida de cada dia. Nos garante também que o “Reino” proposto por Jesus será uma realidade incomparável, onde se manifestará em todo o seu esplendor e fecundidade a vida de Deus.  A segunda leitura apresenta uma temática (a solidariedade entre o homem e o resto da criação) que, à primeira vista, não está relacionada com o tema deste domingo – a Palavra de Deus. Podemos, no entanto, dizer que a Palavra de Deus é que fornece os critérios para que o homem possa viver “segundo o Espírito” e para que ele possa construir o “novo céu e a nova terra” com que sonhamos.
Reflexão:
• No seu “estado atual”, a parábola do semeador e da semente é, sobretudo, um convite a refletir sobre a importância e o significado da Palavra de Jesus. É verdade que, nas nossas comunidades cristãs, a Palavra de Jesus é a referência fundamental, à volta do qual se constrói a vida da comunidade ? Temos consciência de que é a Palavra anunciada, proclamada, meditada, partilhada, celebrada, que cria a comunidade e que a alimenta no dia a dia?
• A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida,nos faz pensar em corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra de Jesus e para os valores do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e que preferem um caminho de independência e de auto-suficiência, à margem de Deus e das suas propostas. Este caminho de orgulho e de auto-suficiência alguma vez foi “o nosso caminho”?
• A semente que caiu em terrenos pedregosos, que até brota nessa pequena camada de terra, mas que morre rapidamente por falta de raízes profundas,nos  faz pensar em corações inconstantes, capazes de se entusiasmarem com o “Reino”, mas incapazes de suportarem as contrariedades, as dificuldades, as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que rapidamente perdem a coragem  quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho. A Palavra de Deus é, para mim, uma realidade que eu levo a sério, ou algo que eu deixo cair quando não me satisfaz?

• A semente que caiu entre os espinhos e que foi sufocada por eles, nos faz  pensar em corações materialistas, comodistas, instalados, para quem a proposta do “Reino” não é a prioridade fundamental. É a realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus (muitas vezes são “muito religiosos” e têm “a sua fé”) fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam. As propostas de Jesus são a referência fundamental à volta da qual a nossa vida se constrói, ou deixamos que outros interesses e valores sufoquem os valores do Evangelho?
• A semente que caiu em terra boa e que deu fruto abundante nos faz pensar em corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na aventura do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus,  aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens. Este é o quadro ideal do verdadeiro discípulo; e é esta a proposta que o Evangelho de hoje nos faz.
• A parábola, na sua forma original (vers. 1-9) refere-se à inevitável erupção do “Reino”, à sua força e aos resultados maravilhosos que o “Reino” alcançará… Com frequência, olhamos o mundo que nos rodeia e ficamos desanimados com o materialismo, a futilidade, os falsos valores que marcam a vida de muitos homens e mulheres do nosso tempo. Perguntamo-nos se vale a pena anunciar a proposta libertadora de Jesus num mundo que vive obcecado com as riquezas, com os prazeres, com os valores materiais… O Evangelho de hoje responde: “coragem! Não desanimeis pois, apesar do aparente fracasso, o ‘Reino’ é uma realidade incomparável; e o resultado final será algo surpreendente,  maravilhoso, e inimaginável”.

• Quando escutamos a Palavra de Deus, sentimo-nos confiantes, otimistas, com o coração  transbordando de esperança; sentimos que o caminho que Deus nos indica é, efetivamente, um caminho de felicidade e de vida plena… “Que bom é estarmos aqui” – dizemos… Depois, voltamos à nossa vida do dia a dia e reencontramos a monotonia, os problemas, o desencanto; constatamos que os maus, os corruptos, os violentos, parecem triunfar sempre e nunca são castigados pelo seu egoísmo e prepotência, enquanto que os bons, os justos, os humildes, os pacíficos são continuamente vencidos, magoados, humilhados… Então perguntamos: podemos confiar nas promessas de Deus? Não estaremos sendo  enganados? A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde a estas dúvidas. Ela nos garante: a Palavra de Deus não falha; ela indica sempre caminhos de vida plena, de vida verdadeira, de liberdade, de felicidade, de paz sem fim.
• A Palavra de Deus não poderá ser uma espécie de ópio do Povo, no sentido de que projeta em Deus as esperanças e os sonhos que  competem a nós concretizar? Atenção: é preciso estarmos bem conscientes de que Deus não prescinde de nós para atuar na história humana… A sua Palavra nos dá esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. A Palavra de Deus não adormece a nossa vontade de agir, mas nos  revela os projetos de Deus para o mundo e para os homens e nos  convida ao compromisso com a transformação e a renovação do mundo.
• Vivemos na era do relógio. “Tempo é dinheiro” – dizemos. Passamos a vida numa correria louca, contando os minutos, sem tempo para as pessoas, sem tempo para Deus, sem tempo para nós. Tornamo-nos impacientes e exigentes; achamos que ser eficiente é ter feito ontem aquilo que é pedido para hoje… E achamos que Deus também deve seguir os nossos ritmos. Queremos que Ele aja imediatamente, que nos resolva logo os problemas, que atue de imediato, ao sabor dos nossos desejos e projetos. É preciso, no entanto, aprender a respeitar o ritmo de Deus, o tempo de Deus. Não nos basta saber que a Palavra de Deus é sempre eficaz (embora não tenha os nossos prazos) e que não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a vontade de Deus, sem ter realizado a sua missão?

Meditação para a semana. . .
Que tipo de terra somos nós?
Que tipo de terra somos nós para esta Palavra semeada em nós com abundância? Se a possibilidade nos é oferecida, tomemos um momento ao longo da semana, diretamente na natureza, para rezar esta página do Evangelho. E deixemo-la enraizar-se em nós para lhe permitir produzir fruto em abundância.
fonte:
www.dehonianos.org.

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