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07 abril, 2012

Sábado Santo

Deus não vai deixar que seu Santo experimente a corrupção ( Sl 16,10)

O Sábado Santo é um dia em que não há celebração da Eucaristia. Celebra-se a Liturgia das Horas. Recorda-se a sepultura e a descida de Cristo à mansão dos mortos. Toda a Igreja acompanha a dor e a esperança de Maria em sua soledade  à espera da Ressurreição. Meditemos algum trecho de uma antiga Homilia no grande Sábado Santo:
“ Que está acontecendo hoje ? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio porque o Rei está dormindo, a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos de seus sofrimentos. O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa.
Quando Adão o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: O meu Senhor está no meio de nós. E Cristo respondeu a Adão: E com teu espírito. E tomando-o pela mão disse: Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo e, com todo o meu poder, ordeno aos que estão na prisão: Sai! E aos que jazem nas trevas: Vinde a luz! E aos entorpecidos: Levantai-vos!
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos, levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado a minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui, tu em mim e eu em ti. Somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei o teu filho, por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti, para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo expulsou-te da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste.
( da Liturgia das Horas, Ofício das Leituras do Sábado Santo)
Fonte:
Retiro quaresmal 2012
CEI-Indaiatuba-SP

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