13-agosto-2017 - 19º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste domingo tem como tema fundamental a
revelação de Deus. Fala-nos de um Deus preocupado em percorrer, de braço dado
com os homens, os caminhos da história.
A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do
seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da comunhão e
da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações
espetaculares, mas na humildade, na simplicidade, na interioridade.
O Evangelho nos apresenta uma reflexão sobre a caminhada histórica dos
discípulos, enviados à “outra margem” propondo aos homens o banquete do Reino. Nessa
“viagem”, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte:
em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, lhes estende
a mão, lhes dá a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do
mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-lo, a acolhê-lo e a aceitá-lo
como “o Senhor”.
A segunda leitura sugere que esse Deus, preocupado em vir ao encontro dos
homens e em lhes revelar o seu rosto de
amor e de bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida a
estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades
de salvação que Ele nos oferece.
Reflexão:
• O Evangelho deste domingo é, antes de mais nada, uma
catequese sobre a caminhada histórica da comunidade de Jesus, enviada à “outra
margem”, convidando todos os homens para o banquete do Reino e oferecendo o alimento com que Deus mata a fome
de vida e de felicidade dos seus filhos. Estamos dispostos a embarcar na
aventura de propor a todos os homens o banquete do Reino? Temos consciência de
que nos foi confiada a missão de saciar a fome do mundo? Aqueles que são
deixados à margem dessa mesa onde se jogam os interesses e os destinos do
mundo, que têm fome e sede de vida, de amor, de esperança, encontram em nós uma
proposta credível e coerente que aponta no sentido de uma realidade de
plenitude, de realização, de vida plena?
• A caminhada histórica dos discípulos e o seu testemunho
do banquete do Reino não é um caminho fácil, feito no meio de aclamações das
multidões e dos aplausos unânimes dos homens. A comunidade (o “barco”) dos
discípulos tem de abrir caminho através de um mar de dificuldades,
continuamente batido pela hostilidade dos adversários do Reino e pela recusa do
mundo em acolher os projetos de Jesus. Todos os dias o mundo nos mostra – com
um sorriso irônico – que os valores em que acreditamos e que procuramos
testemunhar estão ultrapassados. Todos os dias o mundo insiste em provar-nos –
às vezes com agressividade, outras vezes com comiseração – que só seremos
competitivos e vencedores quando usarmos as armas da arrogância, do poder, do
orgulho, da prepotência, da ganância… Como nos colocamos face a isto? É possível desempenharmos o nosso
papel no mundo, com rigor e competência, sem perdermos as nossas referências
cristãs e sem trairmos o Reino?
• Para que seja possível viver de forma coerente e
corajosa na dinâmica do Reino, os discípulos têm que estar conscientes da presença de Jesus, o Senhor da vida e da
história, que as forças do mal nunca conseguirão vencer nem domesticar. Ele diz
aos discípulos, tantas vezes desanimados e assustados face às dificuldades e às
perseguições: “tende confiança. Sou Eu. Não temais”. Os discípulos sabem,
assim, que não há qualquer razão para se deixarem afundar no desespero e na
desilusão. Mesmo quando a sua fé vacila, eles sabem que a mão de Jesus está lá,
estendida, para que eles não sejam submergidos pelas forças do egoísmo, da
injustiça, da morte. Nada nem ninguém
poderá roubar a vida àqueles que lutam para instaurar o Reino. Jesus, vivo e ressuscitado, não deixa nunca que
sejamos vencidos.
• A oração de Jesus nos convida a manter um diálogo íntimo com o Pai. É nesse
diálogo que os discípulos colherão o discernimento para perceberem os caminhos
de Deus, a força para seguir Jesus, a coragem para enfrentar a hostilidade do
mundo.
ORAÇÃO
Bendito sejas, Deus todo-poderoso e Mestre do universo,
porque nos convidas a reconhecer-Te no silêncio, como um sopro de vida, que
renova a face da terra. Nós Te bendizemos, porque nos falas ao coração. Nós Te
pedimos pelos pregadores e pelos catequistas, chamados a revelar o teu rosto e
a preparar os encontros contigo. Guia-os!
Cristo Jesus, mesmo quando somos ameaçados pelas
tempestades da nossa terra e a barca da tua Igreja é sacudida pelas tormentas,
nós Te bendizemos, por causa da tua ressurreição: verdadeiramente, Tu és o
Filho de Deus! Como Pedro, nós Te suplicamos: salva-nos! Dá-nos o teu Espírito de confiança, para nos
conduzir contigo pelos caminhos da vida.
Meditação para a semana. . .
Fechar os olhos e escutar… Na invasão sonora que nos envolve – e por vezes nos
agride – escutamos a voz do nosso Deus? Porque não? Entretanto, tomemos, de vez
em quando, o risco do silêncio e da solidão. “Ao largo… para rezar”. É aí, com
Jesus, que poderemos ouvir a voz do nosso Pai.
fonte:
www.dehonianos.org
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