29-novembro-2015-
1º Domingo do Tempo do Advento -
Lc
21,25-28.34-36
Neste
1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus nos apresenta uma primeira
abordagem à “vinda” do Senhor. Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia
que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família
de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz:
fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias. O Evangelho nos apresenta Jesus, o Messias filho de David, anunciando a todos
os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O
mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo
novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim
de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É
preciso, no entanto, reconhecê-lo, saber identificar os seus apelos e ter a
coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
A segunda leitura nos convida a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
A segunda leitura nos convida a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
Reflexão:
•
A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso
egoísmo, pela destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio,
pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões de homens conhecem, dia
a dia, um quadro de miséria e de sofrimento que os torna escravos,
roubando-lhes a vida e a dignidade… A Palavra de Deus que hoje nos é apresentada
abre a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão:
“alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de
Jesus, o projeto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade
viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de
felicidade para todos”.
•
No entanto, a salvação/libertação que há de transformar as nossas existências
não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar
atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem;
mas é necessário reconhecê-lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos
apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso, também, ter a
vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme
o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.
•
É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente se
fazendo e depende do nosso testemunho – nunca será um realidade plena nesta
terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois
de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna
escravos.
O sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes nos esmagam e
acabamos por baixar os braços. “Erguei-vos!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar os que se mantêm de pé, prontos
a pôr-se a caminho para construir com Deus um futuro melhor. O medo faz baixar
a cabeça; vive-se então no momento presente, com medo dos golpes que será
necessário ainda suportar. “Levantai a cabeça!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que olham no horizonte
Aquele que vem para nos salvar. A fadiga acaba por adormecer, sem dúvida porque
não se espera mais nada e não se quer mais lutar. “Tende cuidado convosco e vigiai!”, nos diz Jesus. Só podem esperar aqueles que
permanecem atentos aos sinais que Deus não cessa de manifestar. A falta de
confiança destrói a relação, sem se saber do que falar. “Orai
em todo o tempo”, nos diz Jesus. Só podem esperar aqueles que entram em diálogo
com Deus. A esperança nunca é passiva. Para esperar é preciso erguer-se,
levantar a cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos ativos que
manifestam o que faz a grandeza do homem.
Leitura
do Livro de Jeremias: “Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa
de Israel e à casa de Judá”. Palavra do Senhor!
Leitura do Evangelho: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo”. Palavra do Senhor!
Numa mesma celebração, proclama-se como Palavra do Senhor duas afirmações tão afastadas uma da outra! Como resolver esta contradição? Primeiro, sendo realistas. O universo conhece transformações constantes, tremores de terra, erupções vulcânicas, tsunamis, meteoritos… A sol e as estrelas, um dia, apagar-se-ão. No fundo, Jesus, com os conhecimentos e a mentalidade da sua época, chama a nossa atenção para essa realidade: o nosso mundo, um dia, acabará. Não somente o “nosso” mundo, mas primeiro o “meu” próprio mundo, no dia da minha morte. Jesus nos convida a não esquecer o fim de todas as coisas. Diz-nos: “Vigiai”. Vigiai para que não vos instaleis neste tempo como se ele fosse durar sempre! Mas aí, no coração da nossa condição mortal, Deus nos diz uma palavra que não passará. Esta Palavra é o próprio Jesus.
Leitura do Evangelho: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo”. Palavra do Senhor!
Numa mesma celebração, proclama-se como Palavra do Senhor duas afirmações tão afastadas uma da outra! Como resolver esta contradição? Primeiro, sendo realistas. O universo conhece transformações constantes, tremores de terra, erupções vulcânicas, tsunamis, meteoritos… A sol e as estrelas, um dia, apagar-se-ão. No fundo, Jesus, com os conhecimentos e a mentalidade da sua época, chama a nossa atenção para essa realidade: o nosso mundo, um dia, acabará. Não somente o “nosso” mundo, mas primeiro o “meu” próprio mundo, no dia da minha morte. Jesus nos convida a não esquecer o fim de todas as coisas. Diz-nos: “Vigiai”. Vigiai para que não vos instaleis neste tempo como se ele fosse durar sempre! Mas aí, no coração da nossa condição mortal, Deus nos diz uma palavra que não passará. Esta Palavra é o próprio Jesus.
Começamos hoje um novo ciclo litúrgico. Mas não é um ciclo fechado sobre si
mesmo. Cada ano que passa aproxima-nos do nosso fim terrestre, mas é-nos dado
também como o tempo durante o qual Jesus vem visitar-nos, dar-nos a sua
presença de Ressuscitado. Segundo a bela palavra de Jeremias, oferece-nos a nós
como “um rebento de justiça”, como a “promessa de felicidade” que se realizará
em plenitude no fim dos tempos. Desde agora, está em ação no segredo dos
corações, como o poder da vida que, secretamente, constrói um novo ser no seio
materno. “Vigiai e orai em todo o tempo”, a fim de estardes de pé no Dia da sua
Vinda na plenitude da Luz.
Oração:
“Ó Deus fiel, bendito és Tu pelas palavras de esperança que nos deste em Jesus, porque elas permitem-nos erguer a cabeça, mesmo nos momentos menos felizes. Nós Te pedimos: que o vosso Espírito nos mantenha vigilantes, numa oração perseverante, para que possamos estar firmes na presença de Jesus, teu Filho, e ressuscitar com Ele, quando vier com grande poder e glória”.
“Ó Deus fiel, bendito és Tu pelas palavras de esperança que nos deste em Jesus, porque elas permitem-nos erguer a cabeça, mesmo nos momentos menos felizes. Nós Te pedimos: que o vosso Espírito nos mantenha vigilantes, numa oração perseverante, para que possamos estar firmes na presença de Jesus, teu Filho, e ressuscitar com Ele, quando vier com grande poder e glória”.
Meditação
para a semana…
Na segunda leitura, Paulo nos lança um forte apelo: “Irmãos, o Senhor vos faça crescer e transbordar na caridade uns para com os outros e para com todos”. Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina…
Uma palavra de amor para cada dia… Porque Jesus nos pede para “orar em todo o tempo”, porque não experimentar agradar a Deus, nosso Pai, dizendo-lhe mais especialmente o nosso amor filial em cada dia deste tempo do Advento? Bastam alguns minutos, mas pode-se também de modo mais prolongado cuidar deste tempo privilegiado.
Na segunda leitura, Paulo nos lança um forte apelo: “Irmãos, o Senhor vos faça crescer e transbordar na caridade uns para com os outros e para com todos”. Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina…
Uma palavra de amor para cada dia… Porque Jesus nos pede para “orar em todo o tempo”, porque não experimentar agradar a Deus, nosso Pai, dizendo-lhe mais especialmente o nosso amor filial em cada dia deste tempo do Advento? Bastam alguns minutos, mas pode-se também de modo mais prolongado cuidar deste tempo privilegiado.
fonte:
www.dehonianos.org
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