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27 agosto, 2012


Nesta última semana do mes de agosto, Mes Vocacional, somos convidados a rezar pela vocação dos cristãos leigos e leigas, que assumem diversos ministérios nas comunidades. Os leigos compõem a maior parte da Igreja e têm a missão de testemunhar e difundir o Evangelho. Eles iluminam e ordenam as realidades temporais segundo o projeto de Jesus Cristo. São chamados à santidade e ao apostolado.



A VOCAÇÃO E MISSÃO DO CRISTÃO LEIGO


1) Quem é o cristão leigo?
O Documento de Aparecida n. 209 afirma que os leigos “são homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja”. O Concílio Vaticano II, de fato, coloca que “pelo nome de leigos aqui são compreendidos todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado religioso aprovado na Igreja. Estes fiéis pelo batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no povo de Deus e a seu modo feitos partícipes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na missão de todo o povo Cristão na Igreja e no mundo” (LG 31). São fiéis que fizeram uma experiência de encontro com Cristo, já que “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva. (...) Um encontro de fé com a pessoa de Jesus (Cf. Jo 1,35-39) (DA, n. 243).
2) Qual é a vocação e missão do fiel leigo?
“Os leigos também são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais e sob a guia de seus pastores. Estes estarão dispostos a abrir para eles espaços de participação e confiar-lhes ministérios e responsabilidades em uma Igreja onde todos vivam de maneira responsável seu compromisso cristão” (DA, n. 211). O Documento de Aparecida afirma que não é possível realizar a evangelização do Continente sem a colaboração dos leigos e exorta aos pastores para que acolham, num espírito de comunhão e participação, o “ser” e o “fazer” do leigo na Igreja, o qual é discípulo e missionário por força do Batismo e da Confirmação (DA, n. 213). Para o cumprimento de sua missão, entretanto, se faz necessária ao leigo uma séria formação doutrinal, pastoral, espiritual e um adequado acompanhamento (DA, n. 212)” . “No entanto, seja qual for a sua atuação, o leigo permanece sempre leigo e sua vocação-função principal é sempre a de ser sal e luz do mundo (ChL 15) pelo testemunho da santidade (ChL 16)”.
3) Onde a missão do cristão leigo tem seu fundamento?
“Os leigos participam, por força do Batismo e da Crisma, no múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo (LG 34-36)” . E é por força destes sacramentos que o leigo torna-se discípulo missionário (DA, n. 213).
4) Como o cristão leigo alimenta sua fé e encontra forças para a missão?
“Para o sustento na missão é de vital importância a espiritualidade não desvinculada da vida; uma espiritualidade baseada na oração pessoal e comunitária, na leitura e meditação da Palavra de Deus e na vida sacramental, destacando-se a participação na Eucaristia e a prática da caridade. Espiritualidade que é caminhar nas estradas da vida com Cristo, viver segundo o Espírito como homens e mulheres novos (Ef 4, 22-24). A família dever ser o espaço primeiro para a vivência da espiritualidade. O modelo supremo a ser seguido é Jesus, o servidor do Pai. Maria, mãe de Jesus e dos discípulos de todos os tempos é um exemplo a ser cultivado: sua atitude de acolhida à vontade do Pai, disponibilidade, confiança, fé, seguimento, oração” .
“Ainda a respeito da espiritualidade a Igreja nos diz: ‘A imagem evangélica da videira e dos ramos mostra-nos um outro aspecto fundamental da vida e da missão dos fiéis leigos: a chamada para crescer, amadurecer continuamente, dar cada vez mais fruto. (....) A vitalidade das vides depende da sua ligação à videira, que é Jesus Cristo: ‘Quem permanece em mim e eu nele, dá muito fruto, porque sem mim não podeis fazer nada’ (Jo 15,5) (ChL 57)”.
5) No contexto da missão dos cristãos leigos estão os ministérios não ordenados. O que são eles?
 “Assim se expressa o Documento 62 da CNBB, ao n. 83: ‘Há forte tendência, hoje, na teologia e na prática pastoral, de considerar ministério, fundamentalmente, o carisma que assume a forma de serviço à comunidade e à sua missão no mundo e na Igreja e que, por esta, é como tal acolhido e reconhecido’” (n. 40).
E ainda: “‘Ministério é, antes de tudo, um carisma, ou seja, um Dom do Alto, do Pai, pelo Filho, no Espírito, que torna seu portador apto a desempenhar determinadas atividades, serviços e ministérios em ordem à salvação’ (CNBB, Doc. 62, n. 84). Todo ministério tem sua origem numa necessidade da comunidade (Lc 22,21b; At 6) e o Espírito, por sua vez, suscita os carismas como resposta a esta necessidade. A fonte de todo ministério é a própria Trindade (1Cor 12,4) e sua finalidade é a edificação da comunidade (1Cor 12,7)” (n. 41).
6) Qual a atitude e o espírito com os quais se devem exercer os ministérios e todo serviço da comunidade?Sem dúvida, como afirma o Diretório dos Ministérios, n. 38, deve-se seguir a orientação de Jesus que disse: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações as dominam, e os seus grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos” (Mc 10, 42-45).

Para refletir:
Nossos irmãos batizados têm consciência de sua dignidade de filhos de Deus e de sua missão na Igreja e no mundo? Como podemos colaborar para que cresça nos cristãos esta consciência?
Como temos vivido nosso empenho missionário em nossas comunidades? O que tem prejudicado nossa vivência do espírito de serviço?
De que modo temos alimentado nossa espiritualidade e no que podemos ainda melhorar e crescer?


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