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de Agosto - Virgem Maria Rainha
"O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo
vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho
de Deus". Disse, então, Maria: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em
mim segundo a tua palavra!" Lc. 1,37-38. Ainda Lucas, nos Atos dos
apóstolos, coloca Maria no meio dos apóstolos, recolhida com eles em oração.
Ela constitui o vínculo que mantém unidos ao Ressuscitado aqueles homens ainda
não robustecidos pelos dons do Espírito Santo. Pois a sua extraordinária
humildade e fé total na palavra do anjo, que fez descer sobre a Terra um Deus
ainda mais humilde do que ela. E, através de suas virginais virtudes e pureza
de coração, Maria ficou ainda mais próxima de seu Filho. Maria é Rainha,
porque é a Mãe de Jesus Cristo, o Rei. Ela é Rainha porque supera todas as
criaturas em santidade. "Ela encerra em si toda a bondade das
criaturas", diz Dante na Divina Comédia. Tudo que se refere ao
Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos vêem em Maria a
superabundante generosidade do amor divino, que a acumulou de todos os bens. A
Igreja convida o povo a invocá-la não só com o nome de Mãe, mas também com
aquele de Rainha, porque ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e
de maternidade divina. A Virgem Maria Rainha resplandece em todos os tempos, no
horizonte da Igreja e do mundo, como sinal de consolação e de esperança segura
para todos os cristãos, já cobertos pela dignidade real do Senhor através do
Batismo. O Papa Pio XII instituiu em 1955 a festa da Virgem Maria Rainha, como
conseqüência daquela de Cristo Rei. Inicialmente era celebrada no dia 31 de
maio, mês de Maria, encerrando as comemorações com o coroamento desta singular
devoção. O dia 22 de agosto era reservado à homenagem ao Coração Imaculado de Maria.
Mas, a Igreja desejando aproximar a festa da realeza de Maria à da sua gloriosa
ascenção ao céu, invereteu estas datas a partir da última reforma do seu
calendário litúrgico em 1969.
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21 de Agosto - São Pio X
Seu nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de
família humilde e numerosa, mas de vida no seguimento de Cristo. Nasceu numa
pequena aldeia de Riese, na diocese de Treviso, no norte da Itália, no dia 2 de
junho de 1835. Desde cedo, José demonstrava ser muito inteligente e, por causa
disso, seus pais fizeram grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias,
durante quatro anos, o menino caminhava com os pés descalços por quilômetros a
fio, tendo no bolso apenas um pedaço de pão para o almoço. E desde criança
manifestou sua vontade de ser padre. Quando seu pai faleceu, sua mãe,
Margarida, uma camponesa corajosa e pia, não permitiu que ele abandonasse o
caminho escolhido para auxiliar no sustento da casa. Ficou no seminário e, aos
vinte e três anos, recebeu a ordenação sacerdotal com mérito nos estudos. Teve
uma rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro, foi vice-vigário em uma pequena
aldeia, depois vigário de uma importante paróquia, cônego da catedral de
Treviso, bispo da diocese de Mântua, cardeal de Veneza e, após a morte do
grande papa Leão XIII, foi eleito seu sucessor, com o nome de Pio X, em 1903. No
Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade, modéstia e
pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de seu
pontificado "restaurar as coisas em Cristo". Tal meta traduziu-se em
vigilante atenção à vida interna da Igreja. Realizou algumas renovações dentro
da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e efetuando reformas nos seminários.
Pelo grande amor que dispensava à música sagrada, renovou-a. Reformou, também,
o breviário. Sua intensa devoção à eucaristia permitiu que os fiéis pudessem
receber a comunhão diária, autorizando, também, que a primeira comunhão fosse
ministrada às crianças a partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do
catecismo em todas as paróquias e para todas as idades, como caminho para
recuperar a fé, e impôs-se fortemente contra o modernismo. Outra importante
característica de sua personalidade era a bondade suave e radiante que todos
notavam e sentiam na sua presença. Pio X não foi apenas um teólogo. Foi um
pastor dedicado e, sobretudo, extremamente devoto, que sentia satisfação em
definir-se como "um simples pároco do campo". Ficou muito amargurado
quando previu a Primeira Guerra Mundial e sentiu a impotência de nada poder
fazer para que ela não acontecesse. Possuindo o dom da cura, ainda em vida
intercedeu em vários milagres. Consta dos relatos que as pessoas doentes que
tinham contato com ele se curavam. Discorrendo sobre tal fato, ele mesmo
explicava como sendo "o poder das chaves de são Pedro". Quando alguém
o chamava de "padre santo", ele corrigia sorrindo: "Não se diz
santo, mas Sarto", numa alusão ao seu sobrenome de família.
No dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos, Pio X morreu. O povo, de
imediato, passou a venerá-lo como um santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente
canonizado.
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20
de Agosto - São Bernardo de Claraval
Bernardo nasceu na última década do século XI, no ano 1090,
em Dijon, França. Era o terceiro dos sete filhos do cavaleiro Tecelim e de sua
esposa Alícia. A sua família era cristã, rica, poderosa e nobre. Desde tenra
idade, demonstrou uma inteligência aguçada. Tímido, tornou-se um jovem de boa
aparência, educado, culto, piedoso e de caráter reto e piedoso. Mas chamava a
atenção pela sabedoria, prudência, poder de persuasão e profunda modéstia. Quando
sua mãe morreu, seus irmãos quiseram seguir a carreira militar, enquanto ele
preferiu a vida religiosa, ouvindo o chamado de Deus. Na ocasião, todos os
familiares foram contra, principalmente seu pai. Porém, com uma determinação
poucas vezes vista, além de convencê-los, trouxe consigo: o pai, os irmãos,
primos e vários amigos. Ao todo, trinta pessoas seguiram seus passos, sua
confiança na fé em Cristo, e ingressaram no Mosteiro da Ordem de Cister,
recém-fundada. A contribuição de Bernardo dentro da ordem foi de tão grande
magnitude que ele passou a ser considerado o seu segundo fundador. No seu
ingresso, em 1113, eram apenas vinte membros e um mosteiro. Dois anos depois,
foi enviado para fundar outro na cidade de Claraval, do qual foi eleito abade,
ficando na direção durante trinta e oito anos. Foi um período de abundante
florescimento da Ordem, que passou a contar com cento e sessenta e cinco
mosteiros. Bernardo sozinho fundou sessenta e oito e, em suas mãos, mais de
setecentos religiosos professaram os votos. Bernardo viveu uma época muito
conturbada na Igreja. Muitas vezes teve de deixar a reclusão contemplativa do
mosteiro para envolver-se em questões que agitavam a sociedade. Foi pregador,
místico, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis,
bispos e também polemista político e tenaz pacificador. Nada conseguia abater
ou afetar sua fé, imprimindo sua marca na história da espiritualidade católica
romana. Ao lado dessas atividades, nesse mesmo período teve uma atividade
literária muito expressiva, em quantidade de obras e qualidade de conteúdo.
Tornou-se o maior escritor do seu tempo, apesar de sua saúde sempre estar
comprometida. Isso porque Bernardo era um religioso de vida muito austera,
dormia pouco, jejuava com freqüência e impunha-se severa penitência. Em 1153,
participando de uma missão em Lorena, adoeceu. Percebendo a gravidade do seu
estado, pediu para ser conduzido para o seu Mosteiro de Claraval, onde pouco
tempo depois morreu, no dia 20 de agosto do mesmo ano. Foi sepultado na igreja
do mosteiro, mas teve suas relíquias dispersadas durante a Revolução Francesa.
Depois, sua cabeça foi entregue para ser guardada na catedral de Troyes, França.
São Bernardo de Claraval, canonizado em 1174, recebeu, com toda honra e
justiça, o título de doutor da Igreja em 1830.
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