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29 novembro, 2015

Homilia 29-novembro-2015
Seminarista Thiago

28 novembro, 2015

29-novembro-2015- 1º Domingo do Tempo do Advento -
Lc 21,25-28.34-36


Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus nos apresenta uma primeira abordagem à “vinda” do Senhor. Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias.  O Evangelho nos apresenta Jesus, o Messias filho de David, anunciando a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-lo, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
A segunda leitura nos convida a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.
Reflexão:
• A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso egoísmo, pela destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões de homens conhecem, dia a dia, um quadro de miséria e de sofrimento que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade… A Palavra de Deus que hoje nos é apresentada abre a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de Jesus, o projeto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de felicidade para todos”.
• No entanto, a salvação/libertação que há de transformar as nossas existências não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.
• É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente se fazendo e depende do nosso testemunho – nunca será um realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.
O sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes nos esmagam e acabamos por baixar os braços. “Erguei-vos!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar os que se mantêm de pé, prontos a pôr-se a caminho para construir com Deus um futuro melhor. O medo faz baixar a cabeça; vive-se então no momento presente, com medo dos golpes que será necessário ainda suportar. “Levantai a cabeça!”, diz-nos Jesus. Só  podem esperar aqueles que olham no horizonte Aquele que vem para nos salvar. A fadiga acaba por adormecer, sem dúvida porque não se espera mais nada e não se quer mais lutar. “Tende cuidado convosco e vigiai!”, nos diz Jesus. Só podem esperar aqueles que permanecem atentos aos sinais que Deus não cessa de manifestar. A falta de confiança destrói a relação, sem se saber do que falar. “Orai em todo o tempo”, nos diz Jesus. Só podem esperar aqueles que entram em diálogo com Deus. A esperança nunca é passiva. Para esperar é preciso erguer-se, levantar a cabeça, estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos ativos que manifestam o que faz a grandeza do homem.
Leitura do Livro de Jeremias: “Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá”. Palavra do Senhor!
Leitura do Evangelho: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo”. Palavra do Senhor!
Numa mesma celebração, proclama-se como Palavra do Senhor duas afirmações tão afastadas uma da outra! Como resolver esta contradição? Primeiro, sendo realistas. O universo conhece transformações constantes, tremores de terra, erupções vulcânicas, tsunamis, meteoritos… A sol e as estrelas, um dia, apagar-se-ão. No fundo, Jesus, com os conhecimentos e a mentalidade da sua época, chama a nossa atenção para essa realidade: o nosso mundo, um dia, acabará. N
ão somente o “nosso” mundo, mas primeiro o “meu” próprio mundo, no dia da minha morte. Jesus nos convida a não esquecer o fim de todas as coisas. Diz-nos: “Vigiai”. Vigiai para que não vos instaleis neste tempo como se ele fosse durar sempre! Mas aí, no coração da nossa condição mortal, Deus nos diz uma palavra que não passará. Esta Palavra é o próprio Jesus.
Começamos hoje um novo ciclo litúrgico. Mas não é um ciclo fechado sobre si mesmo. Cada ano que passa aproxima-nos do nosso fim terrestre, mas é-nos dado também como o tempo durante o qual Jesus vem visitar-nos, dar-nos a sua presença de Ressuscitado. Segundo a bela palavra de Jeremias, oferece-nos a nós como “um rebento de justiça”, como a “promessa de felicidade” que se realizará em plenitude no fim dos tempos. Desde agora, está em ação no segredo dos corações, como o poder da vida que, secretamente, constrói um novo ser no seio materno. “Vigiai e orai em todo o tempo”, a fim de estardes de pé no Dia da sua Vinda na plenitude da Luz.
Oração:
“Ó Deus fiel, bendito és Tu pelas palavras de esperança que nos deste em Jesus, porque elas permitem-nos erguer a cabeça, mesmo nos momentos menos felizes.  Nós Te pedimos: que o vosso Espírito nos mantenha vigilantes, numa oração perseverante, para que possamos estar firmes na presença de Jesus, teu Filho, e ressuscitar com Ele, quando vier com grande poder e glória”.
Meditação para a semana…
Na segunda leitura, Paulo nos lança um forte apelo: “Irmãos, o Senhor vos faça crescer e transbordar na caridade uns para com os outros e para com todos”. Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina…
Uma palavra de amor para cada dia… Porque Jesus nos pede para “orar em todo o tempo”, porque não experimentar agradar a Deus, nosso Pai, dizendo-lhe mais especialmente o nosso amor filial em cada dia deste tempo do Advento? Bastam alguns minutos, mas pode-se também de modo mais prolongado cuidar deste tempo privilegiado.
fonte:
www.dehonianos.org

22 novembro, 2015

Homilia 22-novembro-2015
Padre Marcos Daniel de Moraes Ramalho

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21 novembro, 2015

22-novembro-2015 - Solenidade de Cristo, Rei do Universo
No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. A Palavra de Deus que nos é proposta neste último domingo do ano litúrgico nos convida a tomar consciência da realeza de Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus. O Evangelho, especialmente, explica qual é a lógica da realeza de Jesus. A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de eliminar a ambição, a violência, a opressão que marcam a história dos reinos humanos. Através de um “filho de homem” que vai aparecer “sobre as nuvens”, Deus vai devolver à história a sua dimensão de “humanidade”, possibilitando que os homens sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade. Os cristãos verão nesse “filho de homem” vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.  Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor  do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o “príncipe dos reis da terra”, Aquele que há-de vir “por entre as nuvens” cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a interpretação cristã dessa figura de “filho de homem” de que falava a primeira leitura. O Evangelho nos apresenta, num quadro dramático, Jesus  assumindo a sua condição de rei diante de Poncius Pilatus. A cena revela, contudo, que a realeza reivindicada por Jesus não assenta em esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violência, como acontece com os reis da terra. A missão “real” de Jesus é dar “testemunho da verdade”; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, na doação da vida.
REFLEXÃO:
«Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade». E que é a verdade? – pergunta Pilatos. E nós também… Tantas formas de ver a verdade, mesmo nas religiões… Cada um procura fabricar a sua pequena verdade pessoal… Porém, a verdade só se pode encontrar em Jesus. Ele veio para olhar os homens à luz do olhar de seu Pai, para testemunhar esse olhar. Jesus pôde dizer “Eu sou a Verdade”, porque seu Pai encarregou-O de chegar a cada ser humano na última profundidade do ser. Só o olhar do Pai pode dizer a última verdade de cada ser. Este olhar só pode ser amor infinito. Eis porque Jesus não pode condenar ninguém, nem sequer Pilatos, nem os seus carrascos.
Cristo Rei do universo? Sim, sob a condição de não se esquecer que o seu Reino não é somente o amor da verdade. É primeiramente a Verdade do Amor.
As declarações de Jesus diante de Poncius Pilatus não deixam lugar a dúvidas: Ele é “rei” e recebeu de Deus, como diz a primeira leitura, “o poder, a honra e a realeza” sobre todos os povos da terra. Ao celebrarmos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, somos convidados, antes de mais nada, a descobrir e interiorizar esta realidade: Jesus, o nosso rei, é princípio e fim da história humana, está presente em cada passo da caminhada dos homens e conduz a humanidade ao encontro da verdadeira vida. O início do séc. XXI está marcado por uma profunda crise de liderança a nível mundial. Os grandes líderes das nações são, frequentemente, homens com uma visão muito limitada do mundo, que não se preocupam com o bem da humanidade e que conduzem as suas políticas de acordo com lógicas de ambição pessoal ou de interesses particulares. Sentimo-nos, por vezes, perdidos e impotentes, arrastados para um beco sem saída por líderes medíocres, prepotentes e incapazes… Esta constatação não deve, no entanto, nos lançar ao desânimo: nós sabemos que Cristo é o nosso rei, que Ele preside a história e que, apesar das falhas dos homens, continua  caminhando conosco  e apontando os caminhos da salvação e da vida.
No entanto, a realeza de Jesus não tem nada a ver com a lógica de realeza a que o mundo está habituado.  Jesus, o nosso rei, se apresenta aos homens sem qualquer ambição de poder ou de riqueza, sem o apoio dos  grupos de pressão que fazem os valores e a moda, sem qualquer compromisso com as multinacionais da exploração e do lucro. Diante dos homens, Ele se apresenta só, indefeso, prisioneiro, armado apenas com a força do amor e da verdade. Não impõe nada; só propõe aos homens que acolham no seu coração uma lógica de amor, de serviço, de obediência a Deus e aos seus projetos, de doação da vida, de solidariedade com os pobres e marginalizados, de perdão e tolerância. É com estas “armas” que Ele vai combater o egoísmo, a auto-suficiência, a injustiça, a exploração, tudo o que gera sofrimento e morte. É uma lógica desconcertante e incompreensível, à luz dos critérios que o mundo avaliza e enaltece. A lógica de Jesus fará sentido? O mundo novo, de vida e de felicidade plena para todos os homens nascerá de uma lógica de força e de imposição, ou de uma lógica de amor, de serviço e de doação da vida?
Nós, os que aderimos a Jesus e optamos por integrar a comunidade do Reino de Deus, temos que dar testemunho da lógica de Jesus. Mesmo contra a corrente, a nossa vida, as nossas opções, a forma de nos relacionarmos com aqueles com quem todos os dias nós cruzamos, devem ser marcados por uma contínua atitude de serviço humilde, de dom gratuito, de respeito, de partilha, de amor. Como Jesus, também nós temos a missão de lutar – não com a força do ódio e das armas, mas com a força do amor – contra todas as formas de exploração, de injustiça, de alienação e de morte… O reconhecimento da realeza de Cristo nos convida a colaborar na construção de um mundo novo, do Reino de Deus.
A forma simples e despretensiosa como Jesus, o nosso Rei, Se apresenta, nos convida a repensar certas atitudes, certas formas de organização e certas estruturas que criamos… A comunidade de Jesus (a Igreja) não pode estruturar-se e organizar-se com os mesmos critérios dos reinos da terra… Deve interessar-se mais por dar um testemunho de amor e de solidariedade para com os pobres e marginalizados do que em controlar as autoridades políticas e os chefes das nações; deve preocupar-se mais com o serviço simples e humilde aos homens do que com os títulos, as honras, os privilégios; deve apostar mais na partilha e na doação da vida do que na posse de bens materiais ou na eficiência das estruturas. Se a Igreja não testemunhar, no meio dos homens, essa lógica de realeza que Jesus apresentou diante de Poncius Pilatus, está  sendo gravemente infiel à sua missão.
MEDITAÇAO PARA A SEMANA…
Balanço anual… Acabar um ano é também dar graças por tudo aquilo que pudemos viver. Individualmente, em família e em comunidade, fazer o balanço do ano que passou… Recordar alguns momentos concretos do ano litúrgico que marcaram o dinamismo do crescimento da fé, a nível pessoal e comunitário…

fonte:
www.dehonianos.org
Papa Francisco \ Missa Santa Marta
Papa: o mundo não entendeu o caminho da paz 
Cidade do Vaticano (RV) - “O mundo inteiro hoje está em guerra para a qual não há justificativa”, disse o Papa Francisco na homilia da missa celebrada nesta quinta-feira (19/11) na Casa Santa Marta.
O Pontífice comentou o Evangelho de Lucas em que Jesus se comove e chora sobre Jerusalém. Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. Depois diz: “Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos”. O Papa repetiu as palavras de Jesus e acrescentou:  “Mas também hoje, Jesus chora. Porque nós preferimos o caminho das guerras, o caminho do ódio, o caminho das inimizades. Estamos próximos ao Natal: teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz.”  Se intuem os sentimentos do Papa Francisco, idênticos aos da maioria das pessoas no mundo nestes dias, nestas horas. Francisco recorda as celebrações recentes sobre a II Guerra Mundial, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, a sua visita a Redipuglia no ano passado para o aniversário da Grande Guerra. “Tragédias inúteis”, repete usando as palavras de Bento XVI. “Em todo lugar existe guerra, hoje, existe ódio”, ressalta. Depois faz uma pergunta: “O que permanece de uma guerra, desta, que estamos vivendo agora?  “O que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação, tantos mortos inocentes: tantos!, e muito dinheiro nos bolsos dos traficantes de armas. Jesus disse uma vez: 'Você não pode servir a dois senhores: ou Deus ou as riquezas’. A guerra é a escolha pelas riquezas: “Vamos construir armas, assim a economia vai equilibrar um pouco, e vamos continuamos com os nossos interesses’. Há uma palavra feia do Senhor: 'Malditos'. Porque Ele disse: "Bem-aventurados os pacificadores"!. Estes que trabalham a guerra, que fazem as guerras, são malditos, são criminosos. Uma guerra pode ser justificada - entre aspas - com muitas, muitas razões. Mas quando todo o mundo, como é hoje, está em guerra, todo o mundo: é uma guerra mundial – a pedaços: aqui, ali, lá, em todos os lugares ... - não há nenhuma justificação. E Deus chora. Jesus chora”. “E enquanto os traficantes de armas fazem o seu trabalho – prossegue Francisco – há os pobres pacificadores que somente para ajudar uma pessoa, outra, outra, outra, dão a vida”. Como fez “um ícone do nosso tempo, Teresa de Calcutá”. Contra quem, observa, “com o cinismo dos poderosos, se poderia dizer. Mas o que fez aquela mulher? Ela perdeu a vida ajudando as pessoas a morrer?”. Não se entende, o caminho da paz ... "  “Nós fará bem também a nós pedir a graça das lágrimas, por este mundo que não reconhece o caminho da paz. Quem vive para fazer a guerra, com o cinismo de dizer para não fazê-la. Peçamos a conversão do coração. Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso júbilo, a nossa alegria sejam a graça que o mundo reencontre a capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras”.
fonte:

http://br.radiovaticana.va/

15 novembro, 2015

Homilia 15-novembro-2015
Padre Marcos Daniel de Moraes Ramalho

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14 novembro, 2015

15-novembro-2015 - 33º Domingo do Tempo Comum - Mc 13,24-32

A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum nos apresenta, fundamentalmente, um convite à esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projeto de vida definitiva para os homens. Ele vai – dizem os  textos – mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.  A primeira leitura anuncia aos crentes perseguidos e desanimados a chegada iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão recompensadas com a vida eterna. No Evangelho, Jesus nos garante que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projetos, os apelos e os desafios de Deus.  A segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projeto de Deus no sentido de libertar o homem do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele nos ensinou a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida uma doação de amor a Deus e aos irmãos. É esse o caminho do mundo novo e da vida definitiva.
REFLEXÃO:
“Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas”. O fim do mundo? Qual o sentido destas palavras? É preciso olhar mais de perto… O nosso mundo está criado. Ele não existiu sempre como o conhecemos. A terra conheceu transformações profundas e conhecerá outras, certamente. Aparece a vida, a morte, o desconhecido que dá medo… À sua própria maneira e inspirado por um modo particular de falar, o gênero apocalíptico, Jesus exprime esta realidade muito concreta do fim de todas as coisas. Mas não fica por aí. Estes cataclismos precederão a sua vinda com grande poder e com grande glória. E dá a comparação da figueira… Não se trata de uma realidade que reenvia à destruição e à morte, mas à vida, no seu aspecto de nascimento, de alegria, de luz. As forças da morte não terão a última palavra. O exemplo de Cristo na cruz… onde se revela o poder do amor de seu Pai. Doravante, pela fé, podemos ver o mal misteriosamente habitado por este amor. Os sobressaltos do cosmos e da história são as primícias, dolorosas sem dúvida, de uma transformação, de um nascimento que desembocará na luz da Vida. 
• Ver os telejornais ou escutar os noticiários é, com frequência, uma experiência que nos intranquiliza e que nos deprime. Os dramas dessa aldeia global que é o mundo entram em nossa casa, sentam-se à nossa mesa, apossam-se da nossa existência, perturbam a nossa tranquilidade, escurecem o nosso coração. A guerra, a opressão, a injustiça, a miséria, a escravidão, o egoísmo, a exploração, o desprezo pela dignidade do homem nos atingem, mesmo quando acontecem a milhares de quilômetros do pequeno mundo onde nos movemos todos os dias. As sombras que marcam a história atual da humanidade tornam-se realidades próximas, tangíveis, que nos inquietam e nos desesperam. Feridos e humilhados, duvidamos de Deus, da sua bondade, do seu amor, da sua vontade de salvar o homem, das suas promessas de vida em plenitude. A Palavra de Deus que hoje nos é apresentada abre, contudo, a porta à esperança. Reafirma, uma vez mais, que Deus não abandona a humanidade e está determinado a transformar o mundo velho do egoísmo e do pecado num mundo novo de vida e de felicidade para todos os homens. A humanidade não caminha para o holocausto, para a destruição, para o sem sentido, para o nada; mas caminha ao encontro da vida plena, ao encontro desse mundo novo em que o homem, com a ajuda de Deus, alcançará a plenitude das suas possibilidades.
• Os cristãos, convictos de que Deus tem um projeto de vida para o mundo, têm que ser testemunhas da esperança. Eles não lêem a história atual da humanidade como um conjunto de dramas que apontam para um futuro sem saída; mas vêem os momentos de tensão e de luta que hoje marcam a vida dos homens e das sociedades como sinais de que o mundo velho irá ser transformado e renovado, até surgir um mundo novo e melhor. Para o cristão, não faz qualquer sentido deixar-se dominar pelo medo, pelo pessimismo, pelo desespero, por discursos negativos, por angústias a propósito do fim do mundo… Os nossos contemporâneos têm que ver em nós, não gente deprimida e assustada, mas gente a quem a fé dá uma visão otimista da vida e da história e que caminha, alegre e confiante, ao encontro desse mundo novo que Deus nos prometeu.
• É Deus, o Senhor da história, que irá fazer nascer um mundo novo; contudo, Ele conta com a nossa colaboração na concretização desse projeto. A religião não é ópio que adormece os homens e os impede de se comprometerem com a história… Os cristãos não podem ficar de braços cruzados à espera que o mundo novo caia do céu; mas são chamados a anunciar e a construir, com a sua vida, com as suas palavras, com os seus gestos, esse mundo que está nos projetos de Deus. Isso implica, antes de mais nada, um processo de conversão que nos leve a suprimir aquilo que, em nós e nos outros, é egoísmo, orgulho, prepotência, exploração, injustiça (mundo velho); isso implica, também, testemunhar em gestos concretos, os valores do mundo novo – a partilha, o serviço, o perdão, o amor, a fraternidade, a solidariedade, a paz.
• Esse Deus que não abandona os homens na sua caminhada histórica vem continuamente ao nosso encontro para nos apresentar os seus desafios, para nos fazer entender os seus projetos, para nos indicar os caminhos que Ele nos chama a percorrer. Da nossa parte, precisamos  estar atentos à sua proximidade e reconhecê-lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. O cristão não pode fechar-se no seu canto e ignorar Deus, os seus apelos e os seus projetos; mas tem que estar atento e  notar os sinais através dos quais Deus Se dirige aos homens e lhes aponta o caminho do mundo novo.
• É preciso, ainda, ter presente que este mundo novo – que está permanentemente em construção e depende do nosso testemunho – nunca será uma realidade plena nesta terra (a nossa caminhada neste mundo será sempre marcada pela nossa finitude, pelos nossos limites, pela nossa imperfeição). O mundo novo sonhado por Deus é uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, ter destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.
Para Deus, não há passado nem futuro, há um eterno presente. Quando Jesus fala do seu regresso, coloca-o no hoje da sua Igreja. Eis porque, quando escreve o seu Evangelho, Marcos dirige-se a uma comunidade provada pelas perseguições, sem dúvida tentada pelo desespero, pela dúvida. Trata-se, pois, de redizer que Cristo, vitorioso da morte na manhã de Páscoa, é sempre vitorioso sobre todas as forças do mal. O seu regresso será, então, a manifestação do seu esplendor e do seu poder amoroso sobre as forças da morte. Para reavivar a sua esperança, somos convidados a perscrutar os sinais que fazem ver que o Senhor voltará. A esperança dos cristãos manifesta-se em cada Eucaristia, quando afirmam que Cristo veio, vem e virá.
Meditação para a semana. . .
Olhando  para a vinda de Cristo…
O resumo dos textos da Escritura proclamados neste domingo nos recordam que este momento virá e que nós não conhecemos nem o dia nem a hora…
A convite destes textos, porque não suscitar diálogo e debate sobre este tema?
Estou pronto? Estou pronta?
À margem da dimensão escatológica da fé coloca-se a questão da vigilância, à qual o Advento nos interpelará de uma maneira forte. Cristo diz que ninguém conhece o momento do seu regresso…
Perguntemo-nos, então, se estamos preparados para este encontro…
fonte:
www.dehonianos.org

10 novembro, 2015

10 de Novembro - São Leão Magno Papa e doutor da Igreja (+461)
Nascido provavelmente em Roma, de pais de origem toscana, Leão foi elevado ao sólio pontifício em 440. No seu longo pontificado realizou a unidade da Igreja, impedindo usurpações de jurisdição pelo patriarcado de Constantinopla e vicariato de Arles.
Combateu as heresias dos pelagianos, dos maniqueus, dos nestorianos e sobretudo dos monofisitas, com a célebre Carta dogmática endereçada ao patriarca Flaviano de Constantinopla, na qual expõe a doutrina católica das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa. A carta, lida pelos legados romanos na assembleia conciliar de Calcedônia (451), forneceu o sentido e as próprias fórmulas da definição dogmática e marcou época na teologia católica. Mas não só por esse ato solene Leão teve — o primeiro entre os papas — o título de Magno e, em 1754, o de doutor da Igreja. Ele tinha uma ideia altíssima da própria função. Encarnava a dignidade, o poder e a solicitude do príncipe dos apóstolos. Os seus 96 sermões e as 173 cartas chegadas até nós mostram-nos um papa paternalmente dedicado ao bem espiritual dos fiéis, aos quais se dirige com uma linguagem sóbria e eficaz. Mesmo não se detendo nos particulares de uma questão doutrinária, expõe os conteúdos dogmáticos dela com clareza e precisão, e ao mesmo tempo com um estilo culto e atento a certa cadência, que torna agradável a sua leitura.  O seu pontificado corresponde a um dos períodos mais atormentados da história; assim, ao cuidado espiritual dos fiéis uniu-se uma solicitude pela salvação de Roma. Quando, na primavera de 452, os hunos transpuseram os Alpes, Valentiniano III, refugiado em Roma, não encontrou outra solução senão rogar ao papa que fosse ao encontro de Átila, acampado perto de Mântua.  Leão foi até ali e convenceu o feroz guerreiro a retirar-se para a outra margem do Danúbio. A lenda conta que Átila viu no céu os apóstolos Pedro e Paulo com as espadas desembainhadas em defesa do pontífice. Este repetiu a mesma tentativa três anos depois com o bárbaro Genserico, mas com menos sucesso. Os vândalos, oriundos da África, aportaram na Itália e adentraram a Cidade Eterna. O papa foi o único a defendê-la e conseguiu que Genserico não a incendiasse nem matasse os habitantes. Em 14 dias de ocupação contentou-se em saqueá-la. A história da arte é-lhe grata.

09 novembro, 2015

09 de Novembro - Consagração da Basílica de Latrão
A igreja “mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe” surge nas encostas do Célio, o monte dos luzeiros — uma das sete colinas sobre as quais ocorreram fatos decisivos para a civilização romana. Daí partiam as antigas estradas do Lácio e as vias consulares, como a Regina viarum, a via Ápia.  Sobre essa colina tinham-se estabelecido as ilustres famílias dos Valérios, dos Vetílios e dos Lateranos, posto que o Palatino era reservado à família imperial. Contudo, também as "egregiae domum Lateranorum" foram confiscadas por Nero, quando Pláucio Laterano foi acusado de haver participado da conjura de Pisão.  Com Septímio Severo, no fim do século II, parte dos Lateranos voltou aos antigos proprietários e parte continuou com o imperador. É esta parte que Constantino doou ao bispo de Roma para construir precisamente a primeira basílica cristã, fundada pelo papa Melcíades (311-314), ao lado do palácio que até então fora residência imperial.  Pouco restou em pé da antiga basílica constantiniana: o batistério e os muros perimetrais da basílica, cuja consagração é celebrada solenemente a cada ano. É de fato a primeira esplêndida domus Dei, embora houvesse anteriormente outros lugares públicos nos quais os cristãos se reuniam para celebrar a Eucaristia.  Existe um testemunho singular a tal propósito, no início do século III, quando Alexandre Severo foi chamado em causa e deu razão a uma comunidade cristã em um processo contra um hospedeiro que reclamava contra a transformação de uma hospedaria em lugar de culto cristão. De qualquer forma, tratava-se de modestos edifícios. Deve-se aos grandiosos projetos de Constantino a construção da basílica (ou casa do rei) dedicada inicialmente ao Salvador e sucessivamente ao Batista e a são João apóstolo. 
A antiga catedral do papa, da qual se conserva a cátedra de mármore no claustro medieval, sofreu várias transformações no decurso dos séculos. O pontificado que deixou maiores obras é o de Inocêncio X (1644-1655), durante o qual Borromini renovou completamente a nave central e as laterais.
fonte:
www.paulinas.org.br

08 novembro, 2015

Homilia 08-novembro-2015
Padre Marcos Daniel de Moraes Ramalho

07 novembro, 2015

08-novembro-2015 - 32º Domingo do Tempo Comum - Mc 12,38-44

A liturgia do 32º Domingo do Tempo Comum nos fala do verdadeiro culto, do culto que devemos prestar a Deus.  A Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos mais ou menos suntuosos, mas uma atitude permanente de entrega nas suas mãos, de disponibilidade para os seus projetos, de acolhimento generoso dos seus desafios, de generosidade para doarmos a nossa vida em benefício dos nossos irmãos. A primeira leitura nos apresenta o exemplo de uma mulher pobre de Sarepta, que, apesar da sua pobreza e necessidade, está disponível para acolher os apelos, os desafios e os dons de Deus. A história dessa viúva que  reparte com o profeta os poucos alimentos que tem, garante-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras de vida e de vida em abundância.  O Evangelho diz, através do exemplo de outra mulher pobre, de outra viúva, qual é o verdadeiro culto que Deus quer dos seus filhos: que eles sejam capazes de Lhe oferecer tudo, numa completa doação, numa pobreza humilde e generosa (que é sempre fecunda), num despojamento de si que brota de um amor sem limites e sem condições. Só os pobres, isto é, aqueles que não têm  o coração cheio de si próprios, são capazes de oferecer a Deus o culto verdadeiro que Ele espera.  A segunda leitura nos oferece o exemplo de Cristo, o sumo-sacerdote que entregou a sua vida em favor dos homens. Ele nos mostrou, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e que espera de cada um dos seus filhos. Mais do que dinheiro ou outros bens materiais, Deus espera de nós a doação da nossa vida, ao serviço desse projeto de salvação que Ele tem para os homens e para o mundo.
Reflexão:
Naquele dia, no templo, havia muitos ricos e uma pobre viúva. Só Jesus repara nesta mulher cuja pobreza é dupla, financeira e afetiva. Os ricos fazem barulho com as suas mãos que depositam no cofre grandes somas. A mulher é mais discreta, só Jesus consegue ouvir cair as duas pequenas peças. Uma vez mais, Jesus não se contenta em ver as aparências, procura ver o coração. Ele vê que aquilo que distingue a pobre viúva dos ricos é o seu coração que motiva a primeira a tomar sobre a sua indigência, os segundos sobre o seu supérfluo. Parece que a mulher não contou, não negociou com Deus, ela deu tudo, tudo o que tinha para viver. Os ricos dão com boa consciência, a mulher dá com bom coração. É por isso, diz Jesus, que ela deu mais do que toda a gente, não em quantidade, mas em generosidade.
• Qual é o verdadeiro culto que Deus espera de nós? Qual deve ser a nossa resposta à sua oferta de salvação? A forma como Jesus aprecia o gesto daquela pobre viúva não deixa lugar a qualquer dúvida: Deus não valoriza os gestos espetaculares, cuidadosamente encenados e preparados, mas que não saem do coração; Deus não se deixa impressionar por grandes manifestações cultuais, por grandes e impressionantes manifestações religiosas, cuidadosamente preparadas, mas hipócritas, vazias e estéreis… O que Deus pede é que sejamos capazes de Lhe oferecer tudo, que aceitemos despojar-nos das nossas certezas, das nossas manifestações de orgulho e de vaidade, dos nossos projetos pessoais e preconceitos, a fim de nos entregarmos confiadamente nas suas mãos, com total confiança, numa completa doação, numa pobreza humilde e fecunda, num amor sem limites e sem condições. Esse é o verdadeiro culto, que nos aproxima de Deus e que nos torna membros da família de Deus. O verdadeiro crente é aquele que não guarda nada para si, mas que, dia a dia, no silêncio e na simplicidade dos gestos mais banais, aceita sair do seu egoísmo e da sua auto-suficiência e colocar a totalidade da sua existência nas mãos de Deus.
• Como na primeira leitura, também no Evangelho temos um exemplo de uma mulher pobre (ainda mais, uma viúva, que pertence à classe dos abandonados, dos fracos, dos mais pobres de entre os pobres), que é capaz de partilhar o pouco que tem. Na reflexão bíblica, os pobres, pela sua situação de carência, debilidade e necessidade, são considerados os preferidos de Deus, aqueles que são objeto de uma especial proteção e ternura por parte de Deus. Por isso, eles são olhados com simpatia e até, numa visão simplista e idealizada, são retratados como pessoas pacíficas, humildes, simples, piedosas, cheias de “temor de Deus” (isto é, que se colocam diante de Deus com serena confiança, em total obediência e entrega). Este retrato, naturalmente um pouco estereotipado, não deixa de ter um sólido fundo de verdade: só quem não vive para as riquezas, só quem não tem o coração obcecado com a posse dos bens (falamos, naturalmente, do dinheiro, da conta bancária; mas falamos, igualmente, do orgulho, da auto-suficiência, da vontade de triunfar a todo o custo, do desejo de poder e de autoridade, do desejo de ser aplaudido e admirado) é capaz de estar disponível para acolher os desafios de Deus e para aceitar, com humildade e simplicidade, os valores do Reino. Esses são os preferidos de Deus. O exemplo desta mulher nos garante que só quem é “pobre” – isto é, quem não tem o coração cheio de si próprio – é capaz de viver para Deus e de acolher os desafios e os valores do Reino.
• A figura dos doutores da Lei está em total contraste com a figura desta mulher pobre. Eles têm o coração completamente cheio de si; estão dominados por sentimentos de egoísmo, de ambição e de vaidade, apostam tudo nos bens materiais, mesmo que isso implique explorar e roubar as viúvas e os pobres… Na verdade, no seu coração não há lugar para Deus e para os outros irmãos; só há lá lugar para os seus interesses mesquinhos e egoístas. Eles são a antítese daquilo que os discípulos de Jesus devem ser; não apreciam os valores do Reino e, dessa forma, não podem integrar a comunidade do Reino. Podem ter atitudes que, na aparência, são religiosamente corretas, ou podem mesmo ser vistos como autênticos pilares da comunidade do Povo de Deus; mas, na verdade, eles não fazem parte da família de Deus. Nunca é demais refletirmos sobre este ponto: quem vive para si e é incapaz de viver para Deus e para os irmãos, com verdade e generosidade, não pode integrar a família de Jesus, a comunidade do Reino.
• Jesus nos ensina, neste episódio, a não julgarmos as pessoas pelas aparências. Muitas vezes é precisamente aquilo que consideramos insignificante, desprezível, pouco edificante, que é verdadeiramente importante e significativo. Muitas vezes Deus chega até nós na humildade, na simplicidade, na fraqueza, nos gestos silenciosos e simples de alguém em quem nem reparamos. Temos que aprender a ir ao fundo das coisas e a olhar para o mundo, para as situações, para a história e, sobretudo, para os homens e mulheres que caminham ao nosso lado, com o olhar de Deus. É precisamente isso que Jesus faz.
• Uma das críticas que Jesus faz aos doutores da Lei é que eles se servem da religião, da sua posição de intérpretes oficiais e autorizados da Lei, para obter honras e privilégios. Trata-se de uma tentação sempre presente, ontem como hoje… Em nenhum caso a nossa fé, o nosso lugar na comunidade, a consideração que as pessoas possam ter por nós ou pelas funções que desempenhamos podem ser utilizadas, de forma abusiva, para “levar a água ao nosso moinho” e para conseguir privilégios particulares ou honras que não nos são devidas. Utilizar a religião para fins egoístas é um comércio ilícito e abominável, e constitui um enorme contra-testemunho para os irmãos que nos rodeiam.
Jesus discreto no templo… Vê os ricos, mas a sua atenção vira-se para a pobre viúva. Olhar curioso, inquiridor? Não! Como seu Pai, Jesus ultrapassa as aparências, vê o coração. A viúva deu toda a sua vida, tudo o que tinha. Não se questiona sobre como vai viver a seguir. Dá um salto no abandono  total de si mesma ao Senhor. Ela é verdadeiramente filha de Abraão, o Pai da fé. Espera contra toda a esperança. Lança-se nos braços de Deus. Ao olhar esta pobre viúva, Jesus devia pensar certamente em si mesmo… Também nós somos reenviados a nós mesmos. Não se trata daquilo que damos no ofertório, em cada domingo! Trata-se da nossa fé, da confiança que damos ao nosso Pai dos céus. Todos nós conhecemos momentos em que tudo escurece, em que não temos mais apoios, em que a nossa vida parece desabar. É então que se pode verificar a solidez da nossa fé, da nossa confiança. “Senhor, eu creio, mas vem em auxílio da minha pouca fé! Pai, entrego-me nas tuas mãos!”
Meditação para a semana. . . 
A oração silenciosa… Para nos colocarmos sob o olhar de Jesus, tomemos nesta semana tempo para a oração silenciosa. Esta não deve ser “vazia”. É um tempo em que nos pomos na presença do Senhor e em que, depois de algumas palavras de louvor, o silêncio nos ajuda a sentir o olhar amoroso de Cristo.
fonte:
www.dehonianos.org

05 novembro, 2015

06/novembro/2015 - 1a sexta-feira do mês

Nomes gravados no Coração de Jesus

A décima primeira pro:messa do Sagrado Coração a Santa Margarida Maria Alacoque  nos ensina:"as pessoas que propagarem essa devoção terão seus nomes inscritos indelevelmente no meu Coração". A promessa de termos nossos nomes gravados no Coração do Filho de Deus é motivo de alegria e compromisso, sentindo-nos gratos. Ser devoto do Coração de Jesus é sentir-se um agradecido discípulo missionário. Gratidão é reconhecer um favor e retribuir com devoção. Ela é honra para quem a recebe, mas também para quem a pratica de coração aberto.  Toda pessoa agradecida está certa de que seu coração não será jamais uma ilha solitária, nem será esquecido.
Pe. Antonio Francisco Bohn 
fonte:







REZAR COM O PAPA (NOV 2015)

Universal:  Diálogo com todos
Para que nos abramos ao encontro pessoal e ao diálogo com todos, também com aqueles que pensam de modo diferente do nosso. 
Pela Evangelização:  Pastores da Igreja
Para que os pastores da Igreja, com profundo amor ao seu rebanho, acompanhem o seu caminho e animem a sua esperança.


fonte:
www.passo-a-rezar.net








I
05-novembro - Santa Isabel e São Zacarias
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Recordamos a vida do casal que teve na Palavra de Deus o principal testemunho de sua santidade, já que eram os pais de João Batista, o precursor de Jesus Cristo
Pelo próprio relato bíblico descobrimos que viviam na aldeia de Ain-Karim e que tinham laços de parentesco com a Sagrada Família de Nazaré.
“Havia no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Ábias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava Isabel” (Lc 1, 6).
Conta-nos o evangelista São Lucas que eram anciãos e não tinham filhos, o que acabava sendo vergonhoso e quase um castigo divino para a sociedade da época. Sendo assim recorreram à força da oração, por isso conseguiram a graça que superou as expectativas. Anunciado pelo Anjo Gabriel e assistido por Nossa Senhora nasceu João Batista; um menino com papel singular na História da Salvação da humanidade: “pois ele será grande perante o Senhor…e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe (Santa Isabel). Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus” (Lc1, 15s).
Depois do Salmo profético de São Zacarias, onde ele, repleto do Espírito Santo, profetizou a missão do filho, perdemos o contato com a vida do casal, que sem dúvida permaneceram fiéis ao Senhor até o fim de suas vidas. Assim, a Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, reconhecem o exemplo deste casal para todos os casais, já que “ambos eram justos diante de Deus e cumpriram todos os mandamentos e observâncias do Senhor” (Lc 1, 6).


ORAÇÃO: Que Deus conceda aos pais de família imitar Zacaria e Isabel, levando-os a viver uma vida santa, sendo justos diante do Senhor e observando como exatidão seus mandamentos. Por Cristo nosso Senhor. Amém.
fonte:
www.cancaonova.com.br

01 novembro, 2015

02-novembro -Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

• A liturgia da comemoração dos Fiéis Defuntos nos assegura que Deus tem um projeto de vida definitiva para oferecer aos homens: o caminho que percorremos nesta terra não termina no fracasso e na morte, mas no encontro com a vida verdadeira e eterna. Ora, o Evangelho que  nos é proposto confirma e garante esse ensinamento fundamental: cumprindo o seu projeto de salvação, Deus enviou Jesus ao mundo (Jesus apresenta-Se como “o pão que desceu do céu”) para que os homens pudessem chegar à vida eterna. A liturgia deste dia nos convida, antes de mais nada, a contemplar o amor de Deus por nós, a constatar a sua incrível preocupação com a nossa felicidade e com a nossa realização plena, a descobrir que não estamos perdidos e abandonados face à nossa fragilidade, debilidade e finitude. Esta constatação deve nos levar a encarar, com serenidade e confiança, a nossa caminhada pela terra, com a certeza de que nos espera, para lá do horizonte deste mundo imperfeito, a vida verdadeira e definitiva.

• Como é que chegamos a adquirir essa vida verdadeira e definitiva? O Evangelho  afirma, categoricamente, que quem aceita comer a carne e beber o sangue de Jesus viverá eternamente. Ora, comer a carne e beber o sangue de Jesus é, antes de mais nada, acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida que Jesus nos fez (com a sua Palavra, com o seu exemplo, com os seus gestos, com o seu amor); é, como Jesus, colocar a própria vida ao serviço dos projetos de Deus e fazer da própria existência uma doação de amor aos irmãos. Este programa de vida não é, como é notório para qualquer um de nós,  muito apreciado numa cultura como a nossa, fortemente marcada pelo egoísmo, pelo individualismo e pela auto-suficiência. Que não restem, contudo, dúvidas: só encontraremos essa vida plena e eterna a que aspiramos, seguindo Jesus, assimilando os seus valores, fazendo da nossa vida um serviço a Deus e aos irmãos com quem nos cruzamos nos caminhos do mundo. Se aceitarmos conduzir a vida de acordo com esses parâmetros, o horizonte final da nossa caminhada por esta terra não é a morte, mas a vida eterna.
• A Eucaristia é um momento privilegiado de encontro com esse Cristo que Se faz “dom” e que vem ao nosso encontro para nos oferecer a vida plena e definitiva. Participar no encontro eucarístico, comer a carne e beber o sangue de Jesus é encontrar-se, hoje, com esse Cristo que veio ao encontro dos homens e que tornou presente na sua “carne” (na sua pessoa física) uma vida feita amor, partilha, entrega, até ao dom total de Si mesmo na cruz (“sangue”). Para nós, a Eucaristia – mais do que um rito que cumprimos por obrigação ou por tradição – tem que ser um momento privilegiado de encontro e de compromisso com Jesus e com essa vida nova e eterna que Ele continuamente nos oferece.
• Sentar-se à mesa da Eucaristia é identificar-se com Jesus, aceitar viver em união com Ele. Na Eucaristia, o alimento servido é o próprio Cristo. Por isso, é a própria vida de Cristo que passa a circular nos crentes. Quem acolhe essa vida que Jesus oferece torna-se um com Ele. Comer cada domingo (ou cada dia) à mesa com Jesus desse alimento que Ele próprio dá e que é a sua pessoa, leva os crentes a uma comunhão total de vida com Jesus e a fazer parte da família do próprio Jesus. Convém termos consciência desta realidade: celebrar a Eucaristia é aprofundarmos os laços familiares que nos unem a Jesus, identificarmo-nos com Ele, deixarmos que a sua vida circule em nós. O crente, alimentado pela Eucaristia, identificado com Jesus, transformado num homem novo, transporta consigo dinamismos de vida eterna.
• Na concepção judaica, a partilha do mesmo alimento à volta da mesa gera entre os convivas familiaridade e comunhão. Assim, os crentes que participam da Eucaristia passam a ser irmãos: todos partilham a mesma vida, a vida do Cristo do amor total. Dessa forma, a participação na Eucaristia tem que resultar no reforço da comunhão dos irmãos. Uma comunidade que celebra a Eucaristia é uma comunidade que aceitou banir do seu próprio seio tudo o que é divisão, ciúme, conflito, orgulho, auto-suficiência, indiferença para com as dores e as necessidades dos irmãos… A comunidade que se alimenta da Eucaristia deve ser, portanto, um anúncio vivo desse mundo novo de fraternidade, de justiça e de paz que nos espera para além desta terra.

• Finalmente, o comer a carne e beber o sangue de Jesus implica um compromisso com esse mesmo projeto que Jesus procurou concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em todas as suas palavras. O crente que celebra a Eucaristia tem que levar ao mundo e aos homens essa vida que aí recebe… Tem que lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem que esforçar-se, como Jesus, por eliminar tudo o que desfigura o mundo e causa sofrimento e morte; tem que construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem que testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha, doação até às últimas consequências. O crente que come a carne e que bebe o sangue de Jesus torna-se uma fonte de onde brota, para o mundo e para os homens, a vida eterna.
fonte:
www.dehonianos.org